sábado, 27 de fevereiro de 2010

a dust in the wind

acordou se perguntando como tinha ficado com a cara tão trágica assim.
acostumado a olhar para o chão, nem mais sabia a cor das estrelhas cotidianas.
nem a cor de seus olhos fazia qualquer sentido sentido agora. nada fazia sentido.
seus erros, seus amores, as dores passadas, e até mesmo seus raros momentos alegres se misturavam e o confundiam.
sua garganta dói. seus olhos doem. em suas veias parece correr enchofre e pedaços de alumínio. nada faz sentido.
suas cicatrizes o lembram da dor. do furor. das ressacas. das empolgações. de sua juventude. e agora, nada mais importa.pq sua garganta dói. e nada faz sentido.
engole a dor, engole seu passado, engole todas as memórias, engole o sangue que escorre dos pulsos. engole a desgraça da sua vida. engole tudo. 
agora já não dá mais pra tentar amar, pra tentar viver.
sempre disseram pra que desse uma chance a si.
egoísta, frio. possessivo de si.
um dia chegou a ser doce, piedoso e amável. mas isso já se tornou aquela memória que nem tentando muito consegue-se resgatar.
nem se houvesse chance. agora não ale a pena mais. pq sua garganta ainda dói, e nada mais faz sentido.