terça-feira, 7 de junho de 2011


um cinzeiro transbordante
um quarto copo de coca cola
uma pilha de páginas pra ler
uma pilha de louças sujas
e o ânimo, cadê?
e a vontade, cadê?
e os que me inspiram a continuar, a não deitar por um dia ou dois estão a 5 ou 8 horas de distância.

um estômago quase vazio
uma música que de tão repititiva está quase se tornando irritante.
e os ecos que continuam ecoando em sua mente quase não tão mais confusa.

pra onde foi o ânimo da lisa, o dicernimento de jimmy, a inspiração doce de cecília?
pra onde foram suas companhias de dias solitários?

até mesmo suas personalidades parecem estar distantes.

tem que encarar tudo isso.
mesmo que seja sobrevivendo a mais um dia de copos cheios e boca vazia.
mesmo que engolindo palavras que deixaram de ser ditas.
engolindo toda essa massa pastosa que sobe à mente quando tenta abstrair as terças feiras de céus que borram cores.

mas céus azuis estão vindo.
céus azuis estão vindo, eu prefiro acreditar nisso, terminar mais um copo, esvaziar o cinzeiro e lavar a louça. 





segunda-feira, 16 de maio de 2011

feira de segunda

hoje teve lembranças de retratos mal resolvidos 
quis cantar melodias que deixou de fazer
quis abrir mão da mão que está sempre cheia mas que pras suas necessidades mais infantis sempre esteve vazia e foi ausente.
hoje quis o abraço do mais querido que está longe
longe do corpo e tão perto dos mais doces suspiros.
hoje em olhos nus, que outrora estiveram vestidos de um azuis e rosas; encontrou conforto e tanta coisa pra contar. e tanta coisa.
de uma segunda feira, tão estranha, tão normal, tão fria e quente, tão sua, tão segunda feira, viu mudanças de liberdades. viu mudanças. viu em si vontade de ouvir. e uma ana que cansou de cecílias e lisas.
de uma segunda feira, quis uma segunda feira. quis viver uma segunda feira. e tudo que uma segunda feira representa. e toda essa rotina. 
e toda essa coisa chata de ter coisas chatas pra fazer e ter que fazer.
hoje quis ter nome e sobrenome e sobrenome e endereço e memórias e passado.
e lembraças. e personagens principais em sua história. 
e trilha sonora.
hoje quis ter caixa de cartas e coisas achadas na rua.
e coleções de coisas sem valor.
e trechos de livros na memória.
e fotos que ficaram no subconsciente.
e quis ter os amigos lhe conquistaram de forma sublime.
quis ter que viver mais esse dia.
hoje quis ser ana, vivendo sua segunda feira.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

de um olá ou de um adeus


os ombros ao sol, as sapatilhas cor de rosa
e o vestido azul jeans
azul céu
azul manhã ensolarada

e os ombros cansados
queimados
falhos

hoje não há vento ou brisa 
pra bagunçar seu cabelo
castanho
não há vento ou brisa 
pra refrescar a face
estranha

estranha de outros dias
de outros espelhos
e outros amantes

silhuetas de folhas
de cadeiras e de vontades

folhas secas em seus pés
em sua memória

cicatrizes infantis dos joelhos
que por vezes dobraram-se em preces
em traumas
em prantos

joelhos calejados de suspiros
e beijados por um sol tão recente

aos pés, a areia
aos ouvidos, a orquestra
às maçãs torpes da face, as sardas

de um olá ou de um adeus
de um sim ou de um talvez
de um sol ou de uma nuvem 
um azul inebriante leva
e um vermelho sedento guarda
as intenções e impressões deste que fala e ouve
e guarda.