segunda-feira, 25 de abril de 2011

de um olá ou de um adeus


os ombros ao sol, as sapatilhas cor de rosa
e o vestido azul jeans
azul céu
azul manhã ensolarada

e os ombros cansados
queimados
falhos

hoje não há vento ou brisa 
pra bagunçar seu cabelo
castanho
não há vento ou brisa 
pra refrescar a face
estranha

estranha de outros dias
de outros espelhos
e outros amantes

silhuetas de folhas
de cadeiras e de vontades

folhas secas em seus pés
em sua memória

cicatrizes infantis dos joelhos
que por vezes dobraram-se em preces
em traumas
em prantos

joelhos calejados de suspiros
e beijados por um sol tão recente

aos pés, a areia
aos ouvidos, a orquestra
às maçãs torpes da face, as sardas

de um olá ou de um adeus
de um sim ou de um talvez
de um sol ou de uma nuvem 
um azul inebriante leva
e um vermelho sedento guarda
as intenções e impressões deste que fala e ouve
e guarda.

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