nojo, asco e um pouco de sangue
olhos parados, mente insane
pulsos arrocheados e boca azulada
cabelo bagunçado, respiração ofegante
nunca gostou de clichês, e agora virou um
nunca apreciou as cores, e já vem cheio de arco-íris
silêncio, espera e um pouco de sangue
músculos doloridos, cabeça doendo
dedos esfolados e cotovelos vermelhos
estômago ácido, respiração ofegante
nunca deu explicações, e agora preza o diálogo
nunca esperou nada, mas agora a agonia é incessante
um quase monólogo
um quase escândalo
um quarto fechado
um amor de estudante
nojo das suas palavras
nojo das mesmas palavras repitidas
nojo das suas atitudes infantis
nojo do que vc tem pra dizer
nojo, asco e um pouco de sangue
e ele olhava os raios de sol atravessando os cabelos dela enquanto ela pintava as unhas do péuma xícara de café- já acordou, amor?- eu fiz café pra vc, ta amargo, do jeito que 'cê' gostaele esboça um sorriso e continua ali, deitado, olhando pr'aquela doce criaturacomo pode um ser assim se perder?como ele poderá não deixar que ela se perca?- deixa eu ser seu presente?- han?- deixa eu ser seu presente?- oq vc quer dizer com isso?- ela diz enquanto sorri e ergue a sombrancelha esquerda- deixa eu ser seu presente, querida. esqueça o passado.- mas e as cicatrizes?ela limpa o esmalte das bordas das unhas.ele apaga o cigarro dela.se aproxima, dá um beijo em sua testa, afasta o cabelo dos olhos dela, beija sua testa.toma um gole de café.dá um suspiro, e olhando em seus olhos diz:- a gente dá um sumiço nelas.