quarta-feira, 28 de abril de 2010

where, oh where can it be?!

o beijo quente e as mãos frias
e os olhos castanhos pedindo aprovação
agora as cinzas vão sendo consumidas pelo tempo, pelo cimento e pelo lodo atrás da casa.
todas as perspectivas de um futuro bom acabaram derretendo e escorrendo por entre seus dedos.
e quando olhou pra trás viu apenas a imagem espelhada de sua alma perturbada.
que dia era ontem? 
presente presente, tudo agora é o agora.
não tem mais lembranças de um belo dia de sol, ou ao menos esperanças do porvir.
agora agora, tudo presente é o presente.
e um segundo atrás já não poderá existir daqui a um segundo.
já não pode mais ignorar a tristeza que há por trás de tudo, é preciso enxergá-la.
é preciso entender o porquê de sua existência.
da tristeza e de si.
e os outros acabaram ignorando tudo.
a dor, a preocupação, a náusea, a agonia, a ansiedade.
que cantem uma nova canção, que cantem qualquer uma delas.
tudo oq precisa agora é dormir com o silêncio das batidas de sua memória defasada.
agora chora. depois vai sorrir. e depois chorar. e depois verá o quao cíclica é toda essa existência. 
quanta fragilidade ao redor. quanta beleza na natureza morta.
agora suspira e abre os olhos.
a vida parece ser um sonho bom, mas sobremaneira surreal.
parece um ninho. parece um quarto vazio. parece uma gangorra.
pés na grama verde, os cabelos ao vento, o sol beijando a pele, os olhos abertos e fechados e abertos.
e a geladeira vazia. e o estômago vazio.
e a vida como um flash, numa fração de segundos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

and the colors

raios por todo lado.
aprendeu a acostumar-se.
as cores vibrantes e os redemoinhos de vento
os efeitos coraterais de sua vida acomodada, e as batidas na porta pedindo apenas por uma oportunidade.
deixe-a entrar. 
deixe-a entrar.
deixe-a mostrar o outro lado e todas as cores que tornaram-se pálidas com o tempo. 
deixe de lado o pudor e as máscaras que cultivou ao longo de todos esses anos.
as batidas na porta podem cessar. pode não haver arrpendimento de sua parte, pode não haver vontade de levantar-se dessa velha poltrona cinza. 
ahhh,mas pode ser tão bom levantar daí!
sua mala continua vazia, a única bagagem que carrega é o egoísmo por esse seu coração de cor pastel.
deixe-a entrar.
os olhos cor de mel, as veias azuladas saltando da pele alva, os cabelos sem cor definida, a visão turva, as mãos trêmulas, o espelho e boca sedenta.
deixe-a entrar.
janelas pequenas demais, fôlego curto demais.
os motivos se esgotaram, as desculpas já não convencem mais.
então por que não?
deixe-a entrar.
deixe-se sair, perca-se.
perca-se por um minuto ao menos, nos labirintos do mundo real.
perca-se pelos caminhos desconhecidos.
deixe o gosto de metal fluir.
deixe-a entrar.
não tenha mais o velho conceito de certo e errado.
não enteda mais a diferença. não importe-se mais com as diferenças.
escolha o igual. escolha o mesmo que vc.
escolha você.
e por favor, deixe-a entrar.